às papilas gustativas a organização da providência geral
o pesado centro de gravidade de toda metafísica é a metáfora da visão. todas as suas idéias reguladoras concedem autoridade aos olhos. até o saber, cuja palavra remete às agradáveis delícias do paladar, foi tragada por tal densa gravidade se tornando mais uma forma de ver as coisas.
no ato de ver nada é tocado. tudo permanece intácto. tudo é relação olho e coisa avistada. tudo é sujeito e objeto. são fronteiras demarcadas. geometrias. a única fusão erótica possível se dá no voyerismo.
ver não é só perceber pelo sentido da visão. ver é divisar, distinguir, observar, notar, imaginar, examinar, investigar, calcular, prever, ler, considerar, julgar, reconhecer, saber, concluir, deduzir, contemplar, mirar, achar. em todo caso, ver é se manter distante, sob a luz, esclarecido e iluminado, é se manter na vigília. é desejar a imobilidade, a eternidade e a imortalidade. é estar longe do efêmero, da ilusão, do sonho, do potencial, do virtual.
porém, fecho os olhos, saio de seu campo metafísico, e aceito integralmente os aspectos perigosos, enigmáticos e problemáticos de se caminhar pelo mundo sem vislumbres, clareiras ou horizontes. saio do paraíso ascéptico do visionários. volto à infância, à fase oral, onde conhecer é colocar na boca tudo o que se encontra, é saborear, cuspir ou engolir.
fora do além mundo, conheço pela degustação. mastigar, despedaçar, chupar, lamber, tirar o sumo, beber, fumar. tudo tocado para que se possa saborear. nada fica como era antes. por vezes se rumina, se vomita ou se dá outra forma e cor lhe acrescentado fedor. comer, beber, fumar e fazer sexo oral são os grandes mistérios inalcaçádos por qualquer visão do além. somente alcançáveis quando a visão se torna sentido acessório.
comendo, bebendo, fumando e trepando oralmete, me aproximo da existência fugidia, trágica, independente de aprovações por parte do outro. sensualmente terrorista. de erotismo conspirador. guerrilha pelo teor cambiante da vida. alheia à qualquer totalitarismo. sensações únicas, perecíveis, sempre mutáveis, intransferíveis, irreversíveis. portas que levam satisfação e embriagez ao espírito. prazer e dor se tornam fenômenos secundários. plenitude do agora. gozo incondicional.
no ato de ver nada é tocado. tudo permanece intácto. tudo é relação olho e coisa avistada. tudo é sujeito e objeto. são fronteiras demarcadas. geometrias. a única fusão erótica possível se dá no voyerismo.
ver não é só perceber pelo sentido da visão. ver é divisar, distinguir, observar, notar, imaginar, examinar, investigar, calcular, prever, ler, considerar, julgar, reconhecer, saber, concluir, deduzir, contemplar, mirar, achar. em todo caso, ver é se manter distante, sob a luz, esclarecido e iluminado, é se manter na vigília. é desejar a imobilidade, a eternidade e a imortalidade. é estar longe do efêmero, da ilusão, do sonho, do potencial, do virtual.
porém, fecho os olhos, saio de seu campo metafísico, e aceito integralmente os aspectos perigosos, enigmáticos e problemáticos de se caminhar pelo mundo sem vislumbres, clareiras ou horizontes. saio do paraíso ascéptico do visionários. volto à infância, à fase oral, onde conhecer é colocar na boca tudo o que se encontra, é saborear, cuspir ou engolir.
fora do além mundo, conheço pela degustação. mastigar, despedaçar, chupar, lamber, tirar o sumo, beber, fumar. tudo tocado para que se possa saborear. nada fica como era antes. por vezes se rumina, se vomita ou se dá outra forma e cor lhe acrescentado fedor. comer, beber, fumar e fazer sexo oral são os grandes mistérios inalcaçádos por qualquer visão do além. somente alcançáveis quando a visão se torna sentido acessório.
comendo, bebendo, fumando e trepando oralmete, me aproximo da existência fugidia, trágica, independente de aprovações por parte do outro. sensualmente terrorista. de erotismo conspirador. guerrilha pelo teor cambiante da vida. alheia à qualquer totalitarismo. sensações únicas, perecíveis, sempre mutáveis, intransferíveis, irreversíveis. portas que levam satisfação e embriagez ao espírito. prazer e dor se tornam fenômenos secundários. plenitude do agora. gozo incondicional.
aprovemos a existência através das papilas gustativas!
falando nisso, deêm-me licensa. vou alí bebericar um bom arak, fumar um essencial narguilê, comer algumas castanhas, jogar conversa fora com meus amigos e amigas e...
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