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sob uma belíssima tenda negra do beduíno sem tribo, nasci. Vaguei por desertos e mares, vivendo de pilhagens em nações com Estado e da hospitalidade de povos sem pátria. Daí insurgi contra todas as imagens miseráveis da condição humana. Este é meu diário de bordo.

quinta-feira, 5 de março de 2009

"comunidades carcerárias do mundo, uni-vos!"

no século xix, na europa, o trabalhador era considerado o pior tipo de pessoa. o grupo mais oprimido e discriminado da época. eram taxados de "terroristas", "marginais", "batedores de carteira", "escória" etc. porém... lá se conscientizaram, se organizaram e lutaram por seus interesses.

comunistas e anarquistas conseguiram elevar os trabalhadores, de meras pessoa à margem da sociedade e da lei, à uma classe revolucionária. seus valores transformariam a ordem do mundo. era um mundo nascente. sonhou-se com ditaduras do proletariado e greves gerais. até que, em alguns lugares, conseguiram realizar uma revolução aqui, outra ali.

hoje... quase um século e meio de consciência e luta proletária, o sonho de um mundo socialista ainda não passou de um sonho. pior! não se sabe mais, nem mesmo identificar o que é uma política de direita e o que é uma política de esquerda. o capitalismo não deu um passo atrás se quer.
como vingança, o estado - seu maior aliado - oferece aos pobres, oprimidos e discriminados, o cárcere! até mesmo para pessoas que não apóiam tais depósitos de seres humanos, que nada tem a ver com educação: cárcere para elas. no mundo inteiro nunca se parou de aumentar o poder policial e militar. sempre se elegeu inimigos. sempre tiveram alguém na mira. sempre se dominou, a ferro e a fogo, as paixões de: indígenas, negros, desempregados, comunistas, anarquistas, árabes, mulheres, estrangeiros, imigrantes e sem terras.

pois bem... e agora?

com audácia arrisco em anunciar um grupo de pessoas oprimidas e marginalizadas, tal como o foi um dia os trabalhadores, que pode chegar,
neste século xxi, vir a ser a mais nova classe revolucionária da história: a comunidade carcerária.

deixemos moralismos, preconceitos e outras ingenuidades de lado e, pensemos. a punição jamais redimiu. o perdão jamais apagou. o que foi feito jamais fica desfeito. o crime e a ruptura sempre fizeram parte da grandeza; sempre foram grande estímulo da vida para a vida; sempre foram o próprio destemor diante de consequências duras e perigosas. não demorará muito para vermos pelas paredes das cidades o seguinte slogan:

"comunidades carcerárias do mundo, uni-vos!"

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