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sob uma belíssima tenda negra do beduíno sem tribo, nasci. Vaguei por desertos e mares, vivendo de pilhagens em nações com Estado e da hospitalidade de povos sem pátria. Daí insurgi contra todas as imagens miseráveis da condição humana. Este é meu diário de bordo.

domingo, 17 de maio de 2009

libertar-se da liberdade

mesmo com toda a formalidade, o mau-humor e os movimentos cansados da matemática, encontrei nela uma inspiração extraordinária. foi bisbilhotando a aerodinâmica, a engenharia elétrica e a dinâmica dos fluidos, que me esbarrei com o impasse da solução de que me sussurrou no ouvido: "passando pelo ponto zero, há um eixo perpendicular ao eixo real, o eixo imaginário. minha resposta só pode ser dada coordenando os dois eixos". daí um relâmpago atravessou minha espinha e fez com meus olhos múltiplos e interessados saltassem, a teoria do números complexos acabara de tocar meus afetos.

sim! ser livre é uma raiz quadrada de -1! seu eixo real é o fazer-se livre; é a sua conquista; é o agir heróico da negatividade movido, ora pelo ressentimento, ora pelo nihilismo; é ser senhor e escravo simultaneamente; porém... no seu eixo imaginário, não pode a liberdade ser possuída, ela é, antes de tudo, relação. é o total esquecimento, inocência irreversível, é jogo, afirmação, criação, abertura, múltiplas possibilidades, transgressão.

assim tracei um plano: primeiramente... libertar a liberdade! para começar, coordenei as respostas das seguintes perguntas: que destruição física pode ser realizada para que haja algum belíssimo demoronar simbólico? que destruição simbólica pode ser realizada para que haja algum belíssimo desmoronar físico?

na visualização no gráfico cartresiano a liberdade é símbolo pesado demais para suportar tudo o que já foi realizado em seu nome. um exemplo para ilustrar: aqui no brasil, a abertura política em 1984 logrou, porém seu logro, destruiu aquilo que pretendia realizar: a liberdade. são tantas as ações judiciais movidas por torturadores contra o grupo 'tortura nunca mais', que este, acossado, não mais dá nome aos bois. a única escolha da pessoa livre seria a responsabilidade. a liberdade de interiorizar a lei. desse modo a liberdade evelhece sem se realizar. como solução matemática e para restitir sua saúde, é necessário destruir fisicamente tudo o que simboliza a responsabilidade! tudo aquilo que lembrasse algum tipo de leme! dar adeus aos prédios privados de finaciadoras, de bancos, de imobiliárias, aos prédios públicos do controle, ou seja, todos! e aos prédios de formação e difusão de opinião.

feito isso segue-se à parte final do plano: destruir tudo o que foi derrubado. toda vontade voltada à aniquilação; todo desejo por maturidade; todo pensamento infantilizador. lançar-se diretamente à tudo o que é proibido. à tudo que não tem garantias. à tudo o que não se sustenta mais sobre nada! assim liberta-se por completo a liberdade, ela não mais estaria determinada pelo que se é, mas sim estaria indeterminada por tudo o que se vem a ser.

no entanto, se falhar... volto ao meu plano a.

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