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sob uma belíssima tenda negra do beduíno sem tribo, nasci. Vaguei por desertos e mares, vivendo de pilhagens em nações com Estado e da hospitalidade de povos sem pátria. Daí insurgi contra todas as imagens miseráveis da condição humana. Este é meu diário de bordo.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

a violência já está no espírito, mas os fins não definem seus procedimentos

violentamente me lanço adiante, assumo todo o risco de me perder, ao menos encontrarei alguma coisa. tudo o que é vivo em meu corpo se mobiliza coletivamente para destruir qualquer movimento inercial. isso só é possível chocando-o com violência. mas, não aquela da rigidez histérica das crianças que gritam o mais alto que podem. sim com a da flexibilidade de um misericordioso kaishakunin, o amável amigo e assistente de um seppuku. minha violência, só minha: kaishaku!

a violência já está no espírito, sem ser um de seus estados, por isso seduzimos e somos seduzidos por ela. não és nenhum diablito que nos atenta em cochichos em nossos momentos de sonolência. é força interna que nos atravessa como flechas de indígenas insurgentes da patagônia. não há sobressaltos morais ou selos de ilegitimidade que a marquem. uma vez movida, o que resta? oxalá uma épica revolução impermanente! e claro que violentar ou ser violentado não é meu interesse pessoal. nenhuma causa abusará deste interesse. porém, o bem compartilhado com familiares, amigos, amigas e outros tipos de amantes, é apenas ato para tempos de paz. pois viver como um parasita da sociedade liberal e anarco-capitalista me é odioso e abominável. portanto, que o combate ocorra!

terminar derrotado, traído, massacrado ou aprisionado é apenas um mundo possível. e possibilidades não me fazem deixar a luta, o jogo ou a aposta de lado. é um mundo que não me importa. me volto ao mesmo tempo para dentro e para fora, sem sintoma algum de unidade fisiológica pacífica. a ânsia de um ego é indiferente para o ecosistema que compõe meu corpo. mas é suficiente para se abster da violência organizada pela pátria, pela revolução ou pela democracia. ah... são tantos os preconceitos contra a violência!

sou ao mesmo tempo guerra de guerrilhas e pacifismo radical, como um vulcão e seus geiseis. assim, intimido conservadores e delatores. ser sublime e catastrófico ao mesmo tempo. sei que não estou só. vejo todo o tempo organizações fisiológicas parecidas com a minha, em cadeias, em fábricas, em quilombos, em cafés, pelas ruas... as reconheço pelo olhar de cumplicidade que me fitam. um verdadeiro manancial vulcânico prestes à tomarem em suas mãos fábricas e serviços públicos. prestes à incendiarem a avenida paulista inteira ou a esplanada dos ministérios em brasília. e depois, fazendo uma outra economia e uma outra política. mas, só depois do incêndio. vamos por passos. pois agora é hora de organizarmos essa grande festa.

portanto, garagistas, garçons, balconistas, motoboys e outros escravos dos colarinhos brancos, tirem um dia de folga, esqueçam o sonho de que um dia serão miliorários ou estrelas da tv e do cinema, tragam as melhores bebidas, fumos e comidas de seus patrões, e não se esqueçam de trazerem muita gasolina e isqueiros. pois, vai rolar a festa!

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