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sob uma belíssima tenda negra do beduíno sem tribo, nasci. Vaguei por desertos e mares, vivendo de pilhagens em nações com Estado e da hospitalidade de povos sem pátria. Daí insurgi contra todas as imagens miseráveis da condição humana. Este é meu diário de bordo.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O que fazer com tanta saúde?

meus pensamentos estão em ato (العمل). portanto não tenho o menor interesse pela demonstração (مظاهرة). só me é importante a experiência (تجربة). nada previamente. tudo diário de bordo (شهادة). é somente depois de ter vivido por completo minhas paixões que tomo do teclado para escrever minhas idéias. essa postura sempre foi considerada como um apêndice exótico sem legitimidade própria. tudo bem, aceitando o caráter de ser um apêndice (التذييل) terei de inflamar. portanto, hoje serei o "apêndice inflamado de jack". sendo jack os sanitaristas, membros do lobbysmo público brasileiro, que tive a oportunidade de conhecer em uma conferência de saúde pública.

como pode cientistas se (con)fundirem com os ideais cristãos. como alguém da ciência (العلم) pode ter a visão centrada na filosofia medieval cristã? pode ser que, por ignorância histórica, tenham se esquecido de sua herança das cruzadas (عبر), ou da igreja estruturada como poder, mas naturalizar, ou biologizar uma trama arbitrária entre investigações científicas, a indústria farmacêutica, o status dos profissionais implicados, a política sanitarista, a cultura clínica do cotidiano e a sensibilidade dos pacientes, é colocar em xeque (كش ملك) o bem estar de qualquer animal bípede da ordem dos primatas pertencente à subespécie homo sapiens sapiens.

fui até lá pois minha questão (السؤال) é simples: o que fazer com tanta saúde (صحة)? e só exigência uma coisa: que a resposta, pensada em sua forma negativa, não me sirva para responder a questão, o que fazer com tantos transtornos físicos e mentais? pois são questões completamente diferentes. simples! queria apenas entender essa cultura cuja felicidade é associada ao desejo de imobilidade (الملكية), eternidade (الأبدية) e imortalidade (الخالد). e mais, por que a organização mundial da saúde (oms) está tão empenhada nisso?

pois bem, criaram a saúde em si! tão grandiosa e poderosa frente à nossa carne, ao nosso sangue e ossos. sim, somos frágeis e falíveis, por isso devemos negar os atributos e prazeres da carne e dos sentidos? não podemos desfrutar sua plenitude efêmera? devemos ter uma vida inteira de privações, como a bulimia e a anorexia, ou viver fazendo dietas, ou paranóicos com vigorexia? daí inventaram uma coisa chamada auto-estima, depois biologizaram nossas frustrações e nos condenaram ao auto-diagnóstico da depressão e de seus remédios tarja preta. depois elaboraram uma espécie de utopia da carne: viver em micro-circuitos fechados, limitando ao máximo nossas trocas ao mínimo estrito da santidade - o homem obtém um escasso prazer, e a mulher, nenhum.

triste constatação: quem não é capaz de desfrutar de todos os artifícios dos prazeres dos sentidos e dos estímulos da carne, e não o faz por qualquer racionalidade ou fé, é um tirano que tornou a saúde, não uma virtude da exuberância, mas sim o pior dos vícios da miséria.

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