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sob uma belíssima tenda negra do beduíno sem tribo, nasci. Vaguei por desertos e mares, vivendo de pilhagens em nações com Estado e da hospitalidade de povos sem pátria. Daí insurgi contra todas as imagens miseráveis da condição humana. Este é meu diário de bordo.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

anacional neo-paleolista

acabo de voltar do norte do brasil. lá encontrei nos povos da amazônia - erradamente chamados de indígenas (السكان الأصليين)! -, a mesma sabedoria dos povos do deserto (شعب الصحراء): se sedentarizar dá merda! qualquer liderança (القيادة) que se preze desses povos, só é autoridade, no momento em que, seus demais, apostam em sua sabedoria de que chegou a hora de circular. o saber necessário do movimento. ficar parado é o mesmo que criar fundamentos. se não abrir caminho não se avança. daí senta-se e pode esperar a chegada da teologia (لاهوت), do nacionalismo (القومية), do belicismo (المثيرة للحرب), do totalitarismo (الشمولية) e até do niilismo (العدمية) - adorei descobrir o significado desta palavra, ela diz quase tudo!

ao ficar parado muito tempo é inevitável o nascimento do que podemos batizar de "estado de merda" (كلام فارغ). aí ferrou tudo. por exemplo, ontem alguns estados tentaram nos enganar queimando um fósforo e borrifando um pouco de aerosol perfumado. disseram que, podíamos nos acomodar, pois aromatizado de comunismo (الشيوعية), a felicidade seria garantida. sim, muita gente sentou e esperou. resultado! tal promessa faliu com retumbantes desgraças! paralelo à essa falência, outros estados tentaram esconder sua merdessência com a fragrância chamada capitalismo (الرأسمالية). o poder desse odor era o de pegar todos os que seguiam adiante e transformá-los em consumidores (المستهلكين) obesos e supremos do máximo possível de mercadorias (السلع). esses assim prometeram a felicidade. resultado! outro sistema incapaz de cumprir suas promessas. mais retumbantes desgraças...

novamente no planalto central do brasil, pergunto: amigos e amigas caminhantes (مشوا), e agora? para onde ir? ah, antes que tentem me responder, gostaria de ouvir algo diferente do que é falado em ladainha (ابتهال) pelos sedentários e sedentárias que ainda têm esperanças (أمل). seria maravilhoso que não houvesse na tentativa o seguinte repuguinante meio-termo: "deve haver um lugar onde esteja em perfeita harmonia a liberdade e o conforto". vos alerto! ou se é turista (السياحة) ou se viaja à vontade (التائه). pois é triste que a tragédia e a aposta possam se tornar um melodrama (ميلودراما) de quinta categoria cujo tema é, ora uma juventude cuja liberdade é paga pelos pais, ora uma terceira idade que pode pagar pela própria liberdade mas seu corpo e espírito já não lhes ajudam mais.

paro agora de escrever um pouco. ao tempo de terminar meu narguilê (الشيشة) e minha dose de chá preto com rum (الروم). enquanto isso pensem na possibilidade de responderem à minha pergunta...

...

ah, não aguento esperar. antes de eu ir, me desprezem, pois eu mesmo me responderei: sem raízes me qualifico de anacional (عديمي الجنسية)! e sem ismos me auto-intitulo neo-paleolista (تعود إلى العصر الحجري الجديد)! se eu voltar dessa, eu lhes conto como foi.

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