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sob uma belíssima tenda negra do beduíno sem tribo, nasci. Vaguei por desertos e mares, vivendo de pilhagens em nações com Estado e da hospitalidade de povos sem pátria. Daí insurgi contra todas as imagens miseráveis da condição humana. Este é meu diário de bordo.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

'zina', o poeta de uma só palavra

domingo passado, entre uns tragos e outros, perdi uma aposta com um de meus trágicos amigos. o preço que tive de pagar foi assistir um programa de um canal de tv aberta: o chamado "pânico na tv". e não era só isso, havia um a mais: assistir um dos quadros do programa e tentar extrair dele alguma "lição profunda" da condição humana. o quadro escolhido por ele foi de um rapaz apelidado de "zina" - um jovem da periferia de são paulo, torcedor do corintians fc, que se transformou em celebridade por ter dito uma única palavra: 'ronaldo'.

pois bem, aposta à pagar, desafio aceito, eis minha "lição profunda":

em que pé anda a arte? senti, ao assistir o programa referido, uma enorme felicidade. nele vi que a experiência artística morreu antes da religião. queima-se, com isso, uma importante etapa no processo de insurreição contra as misérias do espírito: a arte, ou a experiência artística, foi despojada de qualquer caráter de necessidade em termos de processo vital. morreu. deixou de ser uma irrupção no real. parou "de deixar a vida mais leve". se sua morte foi causada por acidente, doença, infecção ou velhice adiantada... não importa! não há nem mesmo o assombro pela sua falta - nem foi repentina. nem a ilusão de que a morte não ocorreu foi necessária. 'zina' o ilustre arauto, supressor do luto, chamado de 'o poeta de uma só palavra'. para quê mais? uma única palavra dita e jaz! o fantástico, o incerto, o sentido para o simbólico, o místico, o extremo, a crença no milagre de alguma genialidade, foram todos varridos da história! sem ocultamento, vergonha, raiva ou temor. fundamental como salto evolutivo. 'zina', com uma única flecha acertou em cheio o coração de ânsias da arte. e assim nos acorda do grande erro que é imaginarmos que havia muita felicidade ligada tanto à experiência artística, quanto à vaidade em ser artista.

enquanto isso... para além da descrença na inspiração, do desprezo por qualquer sofrimento que algum gênio já sofreu e, para além do crepúsculo da experiência artística, anunciadas por 'zina', deus ainda se estrebucha nos pedidos, promessas e mandingas feitas por todos torcedores e torcedoras para seus times. seres cristãos, suficientemente macumbeiros, pagãos e materialistas radicais, ao mesmo tempo!, viventes dessa experiência intemediária de queima de etapas. mesmo tendo realizado tamanha insurreição, ainda os rondam o perigo dos manicômios, das prisões e dos conventos.

4 Comentários:

Anônimo disse...

cara, pra mim vc eh um infeliz...
fala...fala... fala... e fala... e não fala nada, affffffffff

eu nao acredito q perdi meu tempo lendo este texto.

Acorda pra vida e para de ser chato!

Unknown disse...

Ronaldo!

Unknown disse...

E brilha muito no corintias!

Unknown disse...

as falas de zina o poeta de uma só palavra:
1ronaldo brilha muito no corinthians
2rumo a tokio
3eu rodo a baiana tiro o sutiã e dou tetada

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